Monday, 28 October 2024

FUTOURISMO > Rede de Cooperação > Mercado Turístico.

 A importância do trabalho em rede

Autonomia, horizontalidade, cooperação e democracia: eis os quatro elementos que caracterizam o trabalho em rede – uma poderosa estrutura direcionada à troca de informações, à produção de conhecimento e à disseminação de novas tecnologias.

Nas últimas décadas, a formação de redes vem sendo apontada por muitos especialistas como a mais significativa inovação humana no campo da organização social. Criadas como uma alternativa às estruturas em forma de "pirâmide" – nas quais a comunicação entre os integrantes acontece de cima para baixo, a partir de um topo – as redes, por outro lado, possuem uma lógica que permite a todos seus componentes ligarem-se de maneira "horizontal", ou seja, sem que nenhum de deles possa ser considerado o centro do processo.

De acordo com Francisco Whitaker, um dos mais importantes pensadores sistêmicos da atualidade, a principal vantagem das estruturas em rede está relacionada à distribuição dos poderes decisórios numa organização: "Em redes não há um chefe, o que há é uma vontade coletiva de realizar determinados objetivos, pois todos decidem sobre suas próprias ações, e não sobre ações de terceiros".

Sob o ponto de vista da atividade turística, portanto, este modelo está intimamente ligado à ideia de "comunidade", ou seja, da "existência de uma cultura associativa entre indivíduos com interesses iguais" – o que confere a essas estruturas um grande dinamismo no que tange à disseminação de informações, à troca de experiências e à produção descentralizada de inovações.

Em outras palavras, por meio da formação de redes, os atores são capazes de reduzir custos, dividir riscos, qualificar seus produtos e conquistar novos mercados, garantindo, assim, a viabilidade e o desenvolvimento do turismo em suas regiões.

Por tudo isso, a prática do trabalho em rede, no Brasil, está incorporada ao Programa de Regionalização do Turismo, desenvolvido pelo MTur, sendo concebida como uma estratégia de fundamental importância no apoio ao desenvolvimento turístico regional. Afinal, ao facilitar a atuação compartilhada entre os atores locais – através da formação dos Comitês Gestores –,  as redes estimulam o surgimento de novas parcerias, além de fortalecerem a sinergia no processo de planejamento e execução das ações.

Por Álvaro Ornelas. 

Monday, 21 October 2024

FUTOURISMO > Produção Associada ao Turismo Local.

Produção associada e sustentabilidade


Atualmente, quando ouvimos falar em sustentabilidade como "condição fundamental para que o turismo impulsione o desenvolvimento de uma determinada região", o que nos vem à cabeça, em primeiro lugar, são as inúmeras ideias relacionadas ao uso de energias renováveis, à exploração consciente dos recursos e, sobretudo, à preservação dos ecossitemas em nossos destinos.

No entanto, há um elemento de suma importância que, invariavelmente, costuma ser negligenciado quando o tema é sustentabilidade: qual seja, "a estruturação de uma cadeia produtiva associada ao turismo, focada no estímulo à oferta de produtos e serviços com características tipicamente regionais".

Em outras palavras, para que um destino seja considerado "sustentável", além de uma efetiva preocupação ambiental, é preciso que haja uma articulação cooperada entre os demais setores da economia, sustentada, é claro, por um processo contundente de valorização dos aspectos simbólicos peculiares à sua identidade cultural.

Somente dessa forma, portanto, a atividade turística apresenta-se como uma alternativa relevante para o desenvolvimento sócio-econômico dos destinos, pois – ao agregar valor ao produto turístico, incrementando o seu diferencial competitivo – a produção associada atua como um suporte voltado à criação de novas redes de trabalho e ao aumento dos níveis de renda para as comunidades.

Em síntese, podemos afirmar que o desenvolvimento turístico sustentável, em qualquer situação, passa inevitavelmente pela consolidação de uma rede de cooperação formada pelos diversos setores econômicos da sociedade, com o objetivo de estimular a prática de um modo de produção voltado à solidariedade, à igualdade e à valorização da cultura típica do lugar.

Afinal, não são as iniciativas isoladas que movimentam o fluxo de turistas, mas sim a existência de um efetivo conjunto de produtores locais – engajados na utilização criativa do imaginário regional –, gerando, desta forma, diversificados complexos de atrativos competitivos e diferenciados.

Por Álvaro Ornelas, OSN CONSULTORIA. .

Monday, 14 October 2024

FUTOURISMO > Roteiros Regionais > Case BHZ

 


Belo Horizonte inova na indução ao turismo regional!
















Por meio do brilhante "Projeto Escadaria", Belo Horizonte vem divulgando os circuitos turísticos do interior de seu estado, e enchendo de cores e as escadarias da Prefeitura Municipal durante todos os domingos.

Desde dezembro do ano passado, aqueles que passam pela sede da prefeitura de Belo Horizonte nos finais de semana podem conferir uma das iniciativas mais interessantes e inovadoras em termos de indução ao turismo regional no Brasil. Trata-se do Projeto Escadaria – idealizado pela Prefeitura Municipal, através da Belotur, e em parceria com a Federação de Circuitos Turísticos do Estado – no intuito de divulgar as mais de 50 rotas turísticas de Minas Gerais à população da capital e a seus visitantes.

Lançado durante as comemorações dos 112 anos da cidade, o Projeto pretende incrementar o fluxo interno de turistas por meio do estímulo ao intercâmbio cultural entre os seus municípios. Para isso, o espaço que dá acesso ao hall da Prefeitura foi especialmente preparado, de modo que, a cada domingo, um dos circuitos de Minas é o protagonista de diversas apresentações culturais características de sua região, assim como de exposições de artesanato e degustação de pratos típicos, interagindo também com a já tradicional feira da avenida Afonso Pena, no centro da cidade.

Com previsão de funcionamento até dezembro, o Projeto Escadaria é uma das propostas mais importantes e efetivas no que tange aos objetivos de gestão dos 65 Destinos, e, por isso, merece todas as congratulações possíveis. Afinal, de forma simples e criativa, Belo Horizonte demonstrou estar consciente de seu papel enquando destino indutor – que é, justamente, o de atrair e distribuir turistas entre os territórios adjacentes –, contribuindo, assim, para a dinamização econômica de seu entorno e para o desenvolvimento pleno da atividade em sua região.






Saiba mais sobre o Projeto Escadaria: belohorizonte.mg.gov.br
                                                        pbh.gov.br
                                                        fecitur.org.br

Monday, 7 October 2024

BIOLIVING & FUTOURISMO > Cidade Inovadoras

Cidades Inovadoras! 


















Curitiba será a sede da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras – uma realização coletiva de diversos países, que propõe o diálogo e a troca de experiências para a construção de uma realidade urbana mais próspera, sustentável e solidária. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas, o mundo jamais assistiu a um aumento tão vertiginoso de pessoas estabelecidas em conglomerados urbanos quanto o que se registra hoje em dia. Para se ter uma ideia, aproximadamente 50% da humanidade vive atualmente em cidades, de modo que, até 2050, a estimativa é que esse percentual alcance a marca de 75%, ou seja, dois terços da população global. E a principal consequência disso, como sabemos, é um crescimento também vertiginoso do número de problemas relacionados à tamanha superlotação.

Em face dessas questões, representantes de mais de 50 cidades que se destacaram internacionalmente na busca por soluções urbanas inovadoras resolveram se reunir, em Curitiba, para compartilhar o sucesso de suas experiências em planejamento, sustentabilidade, mobilidade e gestão de grandes agrupamentos humanos.

Trata-se, portanto, da "Conferência Internacional de Cidades Inovadoras" – uma iniciativa da Federação das Indústrias do Paraná, em copromoção com as prefeituras de Curitiba, Lyon, Bengaluru e Austin.

Dirigida a empresários, gestores e demais interessados em transformar nossas cidades em cenários propícios ao desenvolvimento sustentável, a Conferência terá o seu foco dividido em quatro grandes temas:

 "O reflorescimento das cidades", que apresentará inovações sociais e tecnológicas visando à construção de um novo ambiente urbano; "A reinvenção do governo a partir das cidades", com novas práticas de gestão a partir do entendimento da cidade como um sistema vivo; "A governança do desenvolvimento nas cidades", tratando de experiências relacionadas à sustentabilidade; e, por fim, "Cidade-rede e redes de cidades"”, que servirá para a formação do núcleo da Rede de Cidades Inovadoras.

Mas as atividades não param por aí! Paralelamente ao encontro, outros tantos eventos estarão sendo realizados de forma integrada, tais como a "Conferência Internacional sobre Redes Sociais",  cujo objetivo é transformar a capital paranense em um espaço propício à inovação, à educação e ao surgimento de uma indústria mais sustentável.