Monday, 22 September 2025

Aceleração Econômica e o Futuro do Turismo no Brasil, segundo Ornelas Neto.

A visão de Ornelas Neto, consultor internacional e idealizador do conceito FUTOURrism, destaca uma mudança de paradigma fundamental para o turismo no Brasil. O conceito vai além de uma análise macro do setor, mergulhando na necessidade de uma transformação interna e imediata. A crise de 2020 é vista não como um obstáculo, mas como uma oportunidade decisiva para acelerar o potencial econômico dos territórios.

O cerne dessa abordagem é a eliminação de práticas obsoletas. O comodismo e a falta de autocrítica impediram a evolução do setor. A frase "o fim está próximo" não é uma profecia do apocalipse, mas uma afirmação de que o modelo antigo de turismo está esgotado. É imperativo cortar o que não agrega valor de mercado para abrir espaço para o novo. Isso significa repensar desde o modelo de negócios da empresa turística até a mentalidade do empreendedor individual.

O FUTOURrism de Ornelas Neto propõe que o sucesso futuro não virá de ações genéricas, mas da compreensão de "movimentos ocultos do mercado". Estes movimentos podem ser interpretados como as tendências emergentes, as demandas do novo consumidor, a busca por experiências autênticas, a valorização da sustentabilidade e o uso estratégico de tecnologia.

  

A grande pergunta é: como podemos aproveitar a crise de 2020 para ganhar mais market-share e acelerar o potencial econômico de forma mais inteligente? A resposta reside em uma série de ações interconectadas:

  1. Digitalização Acelerada: A crise forçou a adoção de ferramentas digitais. O empreendedor que não estava online teve que se adaptar. Agora, é o momento de ir além e usar a tecnologia para criar experiências personalizadas, automatizar processos e otimizar a comunicação com o cliente.

  2. Foco em nichos de mercado: O turismo de massa está perdendo força. A busca por experiências mais íntimas e seguras cresceu exponencialmente. Aproveitar a crise significa direcionar os esforços para nichos como o ecoturismo, o turismo de aventura, o turismo rural e as viagens de curta distância.

  3. Colaboração e Cocriação: Nenhum empreendedor prospera sozinho. A crise revelou a importância da colaboração entre hotéis, guias turísticos, artesãos e restaurantes locais. Criar roteiros integrados e experiências conjuntas fortalece o destino como um todo e oferece um valor único ao visitante.

  4. Inovação e Experiência: É o momento de testar novas ideias. Oferecer tours virtuais, pacotes flexíveis, experiências imersivas e serviços que priorizem a segurança e o bem-estar do cliente. A inovação não é uma opção, mas uma condição para a sobrevivência e o crescimento.

Em resumo, o FUTOURrism é um chamado à ação para que o setor turístico brasileiro, em todos os seus níveis, abandone o passado e abrace um futuro de inteligência, colaboração e inovação. A crise é o catalisador que forçará essa transformação, e aqueles que agirem de forma decisiva hoje, estarão à frente no cenário competitivo de amanhã.

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