FUTOURISM, OUSADIA EM MUDAR NO RE-INÍCIO DAS RELAÇÕES DE MERCADO.
Álvaro Ornelas*
Futourism do Brasil, significa entender
o futuro do segmento turístico no País, no Estado, no território, mas principalmente dentro
da empresa turística e de forma individual, a mente do empreendedor turístico
moderno e antenado nos movimentos de mercado. O fim está próximo e é necessário
para dar espaço a um novo ciclo, capaz de dar fim a praticas que são
perpetuados por comodismo ou por falta de críticas (ou autocritica) que não
agregam valor de mercado. Devem ser eliminadas, hoje! Para seguir em frente
devemos entender que movimentos são estes que estão sendo organizados pelas
forças ocultadas do mercado. E como podemos aproveitar a crise 2020 no setor
para ganhar mais market-share e
acelerar o potencial econômico de territórios de forma mais inteligente, hoje?
Bem, antes de criticar, devemos olhar
para dentro. Ao olhar para dentro de minha mente, me fez crer que o modelo e as práticas que, eu mesmo colaborei
para consolidar em alguns dos 156 municípios que trabalhei pelo Brasil, estão
inadequadas por diferentes razões. Hoje faria diferente. Não quer dizer que os
fundamentos baseados por meio de métodos não tenham sidos uteis, não, eles
foram necessários para atender a demanda daquele momento para aqueles atores
locais, porém não foram suficientes para manter processos e padrões mais
alinhados com o mercado, por muito tempos e não geraram o fluxo turístico
desejado desde o primeiro contato. Então, 2020, é hora de romper com o que
acreditamos e ver (mais que ver, entender) os cenários existentes e como eles
impactarão no novo, agora, e no Futourism do Brasil.
Sempre que um ciclo se encerra, outro
se abre, se abre com mais força, porque absorveu acertos e eliminou erros
realizados na fase anterior. Nesta vibração que nasce o Futourism do Brasil,
com a vontade de fazer melhor, fazer diferente e principalmente organizar de
forma mais inteligente as dimensões e variáveis que formam as cadeias
produtivas da hospitalidade e das viagens. Assim o turismo na forma que conhecemos
até 2020, não serve mais para atender o novo Brasil, o novo mundo e o novo
mercado turístico, que já mudou há 5 anos atrás quando os padrões do consumo
dos milênios começou a ser trabalhado. Uma geração que nasceu digital, que
cresceu digitalmente junto com novas tecnologias que hoje são “default” em nossa sociedade moderna
nasceram e melhoram junto com os seus clientes prioritários. E nós? O segmento é tão atrasado que até hoje mantem
sindicatos, associações de classe e representatividade que perderam se no ego
de empresários com mentalidade politica ou na fartura de orçamentos públicos bilionários
que hoje não existem mais, a nós, o mercado real, nos resta apenas uma coisa –
as pessoas. Entender o movimento das pessoas no seu dia-a-dia passa a ser a
missão número do poder público quando falamos em hospitalidade e viagens, sem
ideologias e sem politicagem, o setor público que fala tanto em ser “smart”,
tem que ser, para o bem de todos os cidadãos, mas vital para quem trabalha com
desejos intangíveis como e o caso.
Decretar o fim do velho é decretar ao
mesmo o inicio do novo. Que novo é este? Não sabemos, podemos imaginar este
novo, se houver dados e informações, principalmente quanto aos padrões de
consumo de gerações distintas, é uma pista para acharmos o novo caminho do planejamento,
e das ações reais do dia a dia nas empresas e entidades de classe e
prefeituras.
Estes movimentos nos padrões de
consumo é um caminho com mais assertividade que nos ajudam a descrever um
cenário geral, porém não são os passos reais que temos pela frente para nossa
empresa, o destino ou organização turística. No entanto, é aqui que começa – um
novo começo para o qual precisaremos nos adaptar para garantir a
competitividade e mantermo-nos no
mercado. A maior ameaça para este
novo ciclo, não é o fim de processos antigos, mas sim a nossa resistência humana
em não queres mudar junto com o Futourism do Brasil, uma decisão racional que entra em conflito com o conceito de “zonas
de conforto” como foi feito até aqui, agora é mudar ou morrer no mercado de
forma mais rápida do que no passado.
A nova vibração de mercado e das pessoas
deve compreender quais as dimensões que devem ser trabalhadas no novo
planejamento, onde e como cada um deve contribuir para formatação de
experiências turísticas de relevância ao mercado turístico global. A valorização
da “localidade” nunca o conceito “glo-cal” foi tão importante para gerar valor. Assim, os novos valores pensados até aqui, são:
VALOR HUMANO: Um
viajante é todo tipo de humano. Sempre on-line
e conectados aos seus círculos sociais, os viajantes de hoje são flexíveis para
alternar entre diferentes modelos de viagem e vida. A diferenciação entre
negócios e lazer, segmentar com base exclusivamente em dados demográficos ou
geográficos, ignora as diferente vibrações individuas de cada um no plante. Os
viajantes representam: negócios gastronômico, o passageiro “tipo milênio” tem a
velocidade em tudo que faz. Pode trabalhar durante a semana em São Paulo, e o
final de semana na Guarda do Embaú, única reserva de surfe do Brasil. Agora,
neste momento, as comunidades se desenvolvem através de fronteiras que
compartilham algo diferente de nacionalidade ou geração. Cada grupo que visita
um destino, vem com um número de pessoas, cada pessoa é um indivíduos e cada um
deles vai se interessar por um “micro segmento”, cada um com suas próprias
motivações, cultura e maneira de se relacionar com os outros. Um grande exercício
para o segmento de viagens e hospitalidade de forma geral.
VALOR DA EXPERIÊNCIA: A experiência da localidade temporária. Hoje, cada vez menos pessoas
querem ser identificadas como turistas, são e desejam ser tratadas como
viajantes. No Brasil, com 6 biomas, a maior integração de raças e credos, sua
criatividade, sua arte e os saberes e fazeres de cada localidade, dão as
condições ideias para “pensar e formatar” experiências incríveis. A valorização
da diversidade é a essência para os novos produtos turísticos. Assim, as novas
gerações de viajantes buscam experiências que não apenas proporcionam uma
oportunidade fotográfica, mas também sujam as mãos e mergulham no destino nas
formas mais criativas e possíveis. Os viajantes buscam um senso de localidade,
procurando experimentar o destino verdadeiro e autêntico - o que torna um
destino único. Com o crescente número de provedores e empresas que exploram o
potencial comercial de compartilhamento e colaboração, os viajantes obtêm
crescente acesso à experiência da viagem local.
VALOR DA VELOCIDADE: Agilidade para mudar tudo, rapidamente, após identificar um erro de
percurso.
VALOR DA LOCALIDADE: Locais são os destinos. Os habitantes locais não são um espetáculo
agradável, mas sim uma das principais atrações de um destino. A entrega de uma
experiência autêntica de destino depende do apoio dos habitantes locais,
enquanto a qualidade de vida e o apelo do destino - e, portanto, é o habitantes local que faz a diferença – dependem
se deles a nossa capacidade de garantir uma interação harmoniosa entre
visitantes e habitantes locais.
VALOR DA MARCA:
Fortalecimento da marca é totalmente baseado nas relações. O marketing não nos
leva mais à marca: os relacionamentos que mantemos com outras pessoas sim. Os
viajantes buscam recomendações de colegas, familiares e seus círculos sociais -
como sempre, mas hoje a escala de conectividade entre as pessoas assumiu
dimensões totalmente novas, fazendo recomendações e as conversas que elas
envolvem muito mais importante para os marca de destino do que nunca. O destino
não transmite mais uma mensagem geral da marca para muitos, mas permite que
histórias pessoais da marca sejam contadas pelas pessoas certas para um círculo
mais amplo de pessoas. E claro, tudo por meio das mídias sociais e da
interatividade que a tecnologia permitir.
VALOR DO MONITORAMENTO: Do marketing à chegada ao destino. O marketing como o
conhecemos morreu, há destinos que nem CRM têm, mas que hoje, ganharam uma
segunda chance. Como os viajantes buscam experiências de localidade temporária,
a versão do destino oficial de destino não é, em muitos casos, a mais procurada.
Em vez disso, o papel da comunicação mudou e deve-se criar e desenvolver estratégias
novas e criativas para destacar o tipo certo de experiências e envolver as
pessoas certas no momento certo para contar as histórias certas sobre sua
lembrança do destino com base em uma estrutura de marca estratégica
compartilhada e entregue por meio de experiência turística. O poder publico
ganha novo papel, não mais de promover e dar apoio à comercialização, mas de
ser mais “smart” o suficiente em subsidiar a iniciativa privada dados reais, e
informações inteligentes para acelerar o potencial turístico municipal ou do
território.
VALOR DIGITAL:
Seja para fins de marketing, comunicação ou dados, o poder público ou a sociedade civil
organizada de hoje, não de amanhã deve ser urgentemente digitalizada. Sob todos
os aspectos do gerenciamento do destino e da organização por trás dele. Como
resultado imediato, todos e tudo poderão gerar dados, de forma rápida. Os
métodos populares de coleta de dados são reforçados pelo acesso aos dados
digitais, não afetados por erros humanos ou taxas de resposta reduzidas.
Através da medição passiva, o uso de “big
data digital” pode fornecer representações precisas - geralmente em tempo
real - do comportamento real dos visitantes, tendências do turismo e novo
potencial de negócios.
Os valores apresentados não são
fechados, outras dimensões relevantes a determinado destino pode ser mais
relevante na geração de valor ao mercado. A dimensão tem que ser trabalhada
neste sentindo – gerar valor, que na prática é lucro, aumento do ROI dos
negócios, que na pratica vai dar o sonhado “foco no mercado” tanto falado e
nada feito em prol desde resultado.
Só interessa ao mercado de viagens e
hospedagem o que vende, então a seleção dos projetos e ações de todos é eliminada
sob este olhar, ou seja, o destino ou território deve incentivar ações
certeiras para resultados consistentes aos mercado, aí o valor do monitoramento
ganha relevância de fato a todos os atores locais. O valor da experiência,
inclui o maior atrativo que cada cidade do Brasil, a sua própria diversidade.
O valor digital é usado como meio,
nunca como fim. O valor da localidade e experiência juntos darão a
competitividade ao destino ou território. Assim o Futourism do Brasil, é por meio do seu valor digital deverá
permitir os participantes - grandes e pequenos – a terem acesso ao mercado,
tornando a inovação um processo cada vez mais aberto entre muitos atores de diferentes
nos setores, por exemplo viagens e tecnologia, viagens e planejamento urbano,
análise de viagens e dados. Abrir o mercado de forma democrática e constante,
tornando a inclusão social desejada, não pelas desigualdades, mas pela
valorização diversidade local.
Tudo mudou, o turismo morreu, e vai
renascer com uma força nunca vista e consolidar-se como a principal atividade econômica
do Planeta, porque é a única que é feita para pessoas e por pessoas. Depois de
tanta tecnologia, tantas revoluções e tantas tentativas, vimos que a última
etapa da sofisticação é de fato a simplicidade.
Aos
parceiros e amigos, desejo,
Suce$$o
sempre,
Ornelas.
*Ornelas
é um think tank da Essência Náutica do Brasil. Foi o coordenador
voluntário do GTT NAUTICO SC (2011-2017). Fundador e Presidente da ANCORA (Ass. Nacional
de Cooperação em Redes de Apoio à Economia do Brasil do Brasil) também
desenvolveu o Pólo Náutico de Tijucas por meio do conceito SMART SEA criado
por sua empresa, a OSN CONSULTORIA. É sócios em marinas no Brasil e fundou
o Complexo Náutico TMC.
Fonte:
Imagens:
PwC, Global Entertainment and Media
Outlook 2016 – 2020.
European Parliamentary Research
Service, Global Trendometer: Essays on medium- and long-term global trends,
2016.
European Strategy and Policy
Analysis System, Shaping the Future, 2016.
OECD, Tourism Trends and Policies
2016.
Airbus, Global Market Forecast
2016-2035.
Harvard Business Review, Labels like
“Millennial” and “Boomer“ Are Obsolete, Nov 2016.
SKIFT, The Megatrends Defining
Travel in 2016.
SKIFT, The Traveler Manifesto – What
Super Travelers Want From the Travel Industry, 2016.