Wednesday 8 April 2020

FUtourism: o fim do turismo como conhecemos.

FUTOURISM, OUSADIA EM MUDAR NO RE-INÍCIO DAS RELAÇÕES DE MERCADO. 

Álvaro Ornelas*

Futourism do Brasil, significa entender o futuro do segmento turístico no País, no Estado, no território, mas principalmente dentro da empresa turística e de forma individual, a mente do empreendedor turístico moderno e antenado nos movimentos de mercado. O fim está próximo e é necessário para dar espaço a um novo ciclo, capaz de dar fim a praticas que são perpetuados por comodismo ou por falta de críticas (ou autocritica) que não agregam valor de mercado. Devem ser eliminadas, hoje! Para seguir em frente devemos entender que movimentos são estes que estão sendo organizados pelas forças ocultadas do mercado. E como podemos aproveitar a crise 2020 no setor para ganhar mais market-share e acelerar o potencial econômico de territórios de forma mais inteligente, hoje?


Bem, antes de criticar, devemos olhar para dentro. Ao olhar para dentro de minha mente, me fez crer que o  modelo e as práticas que, eu mesmo colaborei para consolidar em alguns dos 156 municípios que trabalhei pelo Brasil, estão inadequadas por diferentes razões. Hoje faria diferente. Não quer dizer que os fundamentos baseados por meio de métodos não tenham sidos uteis, não, eles foram necessários para atender a demanda daquele momento para aqueles atores locais, porém não foram suficientes para manter processos e padrões mais alinhados com o mercado, por muito tempos e não geraram o fluxo turístico desejado desde o primeiro contato. Então, 2020, é hora de romper com o que acreditamos e ver (mais que ver, entender) os cenários existentes e como eles impactarão no novo, agora, e no Futourism do Brasil.  

Sempre que um ciclo se encerra, outro se abre, se abre com mais força, porque absorveu acertos e eliminou erros realizados na fase anterior. Nesta vibração que nasce o Futourism do Brasil, com a vontade de fazer melhor, fazer diferente e principalmente organizar de forma mais inteligente as dimensões e variáveis que formam as cadeias produtivas da hospitalidade e das viagens. Assim o turismo na forma que conhecemos até 2020, não serve mais para atender o novo Brasil, o novo mundo e o novo mercado turístico, que já mudou há 5 anos atrás quando os padrões do consumo dos milênios começou a ser trabalhado. Uma geração que nasceu digital, que cresceu digitalmente junto com novas tecnologias que hoje são “default” em nossa sociedade moderna nasceram e melhoram junto com os seus clientes prioritários. E nós?  O segmento é tão atrasado que até hoje mantem sindicatos, associações de classe e representatividade que perderam se no ego de empresários com mentalidade politica ou na fartura de orçamentos públicos bilionários que hoje não existem mais, a nós, o mercado real, nos resta apenas uma coisa – as pessoas. Entender o movimento das pessoas no seu dia-a-dia passa a ser a missão número do poder público quando falamos em hospitalidade e viagens, sem ideologias e sem politicagem, o setor público que fala tanto em ser “smart”, tem que ser, para o bem de todos os cidadãos, mas vital para quem trabalha com desejos intangíveis como e o caso.

Decretar o fim do velho é decretar ao mesmo o inicio do novo. Que novo é este? Não sabemos, podemos imaginar este novo, se houver dados e informações, principalmente quanto aos padrões de consumo de gerações distintas, é uma pista para acharmos o novo caminho do planejamento, e das ações reais do dia a dia nas empresas e entidades de classe e prefeituras.



Estes movimentos nos padrões de consumo é um caminho com mais assertividade que nos ajudam a descrever um cenário geral, porém não são os passos reais que temos pela frente para nossa empresa, o destino ou organização turística. No entanto, é aqui que começa – um novo começo para o qual precisaremos nos adaptar para garantir a competitividade e mantermo-nos no  mercado.  A maior ameaça para este novo ciclo, não é o fim de processos antigos, mas sim a nossa resistência humana em não queres mudar junto com o Futourism do Brasil, uma decisão racional que entra em conflito com o conceito de “zonas de conforto” como foi feito até aqui, agora é mudar ou morrer no mercado de forma mais rápida do que no passado.

A nova vibração de mercado e das pessoas deve compreender quais as dimensões que devem ser trabalhadas no novo planejamento, onde e como cada um deve contribuir para formatação de experiências turísticas de relevância ao mercado turístico global. A valorização da “localidade” nunca o conceito “glo-cal” foi tão importante para gerar valor. Assim, os novos valores pensados até aqui, são:

VALOR HUMANO: Um viajante é todo tipo de humano. Sempre on-line e conectados aos seus círculos sociais, os viajantes de hoje são flexíveis para alternar entre diferentes modelos de viagem e vida. A diferenciação entre negócios e lazer, segmentar com base exclusivamente em dados demográficos ou geográficos, ignora as diferente vibrações individuas de cada um no plante. Os viajantes representam: negócios gastronômico, o passageiro “tipo milênio” tem a velocidade em tudo que faz. Pode trabalhar durante a semana em São Paulo, e o final de semana na Guarda do Embaú, única reserva de surfe do Brasil. Agora, neste momento, as comunidades se desenvolvem através de fronteiras que compartilham algo diferente de nacionalidade ou geração. Cada grupo que visita um destino, vem com um número de pessoas, cada pessoa é um indivíduos e cada um deles vai se interessar por um “micro segmento”, cada um com suas próprias motivações, cultura e maneira de se relacionar com os outros. Um grande exercício para o segmento de viagens e hospitalidade de forma geral.



VALOR DA EXPERIÊNCIA: A experiência da localidade temporária. Hoje, cada vez menos pessoas querem ser identificadas como turistas, são e desejam ser tratadas como viajantes. No Brasil, com 6 biomas, a maior integração de raças e credos, sua criatividade, sua arte e os saberes e fazeres de cada localidade, dão as condições ideias para “pensar e formatar” experiências incríveis. A valorização da diversidade é a essência para os novos produtos turísticos. Assim, as novas gerações de viajantes buscam experiências que não apenas proporcionam uma oportunidade fotográfica, mas também sujam as mãos e mergulham no destino nas formas mais criativas e possíveis. Os viajantes buscam um senso de localidade, procurando experimentar o destino verdadeiro e autêntico - o que torna um destino único. Com o crescente número de provedores e empresas que exploram o potencial comercial de compartilhamento e colaboração, os viajantes obtêm crescente acesso à experiência da viagem local.

VALOR DA VELOCIDADE: Agilidade para mudar tudo, rapidamente, após identificar um erro de percurso.  

VALOR DA LOCALIDADE: Locais são os destinos. Os habitantes locais não são um espetáculo agradável, mas sim uma das principais atrações de um destino. A entrega de uma experiência autêntica de destino depende do apoio dos habitantes locais, enquanto a qualidade de vida e o apelo do destino - e, portanto, é o  habitantes local que faz a diferença – dependem se deles a nossa capacidade de garantir uma interação harmoniosa entre visitantes e habitantes locais.

VALOR DA MARCA: Fortalecimento da marca é totalmente baseado nas relações. O marketing não nos leva mais à marca: os relacionamentos que mantemos com outras pessoas sim. Os viajantes buscam recomendações de colegas, familiares e seus círculos sociais - como sempre, mas hoje a escala de conectividade entre as pessoas assumiu dimensões totalmente novas, fazendo recomendações e as conversas que elas envolvem muito mais importante para os marca de destino do que nunca. O destino não transmite mais uma mensagem geral da marca para muitos, mas permite que histórias pessoais da marca sejam contadas pelas pessoas certas para um círculo mais amplo de pessoas. E claro, tudo por meio das mídias sociais e da interatividade que a tecnologia permitir.

VALOR DO MONITORAMENTO: Do marketing à chegada ao destino. O marketing como o conhecemos morreu, há destinos que nem CRM têm, mas que hoje, ganharam uma segunda chance. Como os viajantes buscam experiências de localidade temporária, a versão do destino oficial de destino não é, em muitos casos, a mais procurada. Em vez disso, o papel da comunicação mudou e deve-se criar e desenvolver estratégias novas e criativas para destacar o tipo certo de experiências e envolver as pessoas certas no momento certo para contar as histórias certas sobre sua lembrança do destino com base em uma estrutura de marca estratégica compartilhada e entregue por meio de experiência turística. O poder publico ganha novo papel, não mais de promover e dar apoio à comercialização, mas de ser mais “smart” o suficiente em subsidiar a iniciativa privada dados reais, e informações inteligentes para acelerar o potencial turístico municipal ou do território.  

VALOR DIGITAL: Seja para fins de marketing, comunicação ou dados,  o poder público ou a sociedade civil organizada de hoje, não de amanhã deve ser urgentemente digitalizada. Sob todos os aspectos do gerenciamento do destino e da organização por trás dele. Como resultado imediato, todos e tudo poderão gerar dados, de forma rápida. Os métodos populares de coleta de dados são reforçados pelo acesso aos dados digitais, não afetados por erros humanos ou taxas de resposta reduzidas. Através da medição passiva, o uso de “big data digital” pode fornecer representações precisas - geralmente em tempo real - do comportamento real dos visitantes, tendências do turismo e novo potencial de negócios.

Os valores apresentados não são fechados, outras dimensões relevantes a determinado destino pode ser mais relevante na geração de valor ao mercado. A dimensão tem que ser trabalhada neste sentindo – gerar valor, que na prática é lucro, aumento do ROI dos negócios, que na pratica vai dar o sonhado “foco no mercado” tanto falado e nada feito em prol desde resultado.

Só interessa ao mercado de viagens e hospedagem o que vende, então a seleção dos projetos e ações de todos é eliminada sob este olhar, ou seja, o destino ou território deve incentivar ações certeiras para resultados consistentes aos mercado, aí o valor do monitoramento ganha relevância de fato a todos os atores locais. O valor da experiência, inclui o maior atrativo que cada cidade do Brasil, a sua própria diversidade.

O valor digital é usado como meio, nunca como fim. O valor da localidade e experiência juntos darão a competitividade ao destino ou território. Assim o Futourism do Brasil, é por meio do seu valor digital deverá permitir os participantes - grandes e pequenos – a terem acesso ao mercado, tornando a inovação um processo cada vez mais aberto entre muitos atores de diferentes nos setores, por exemplo viagens e tecnologia, viagens e planejamento urbano, análise de viagens e dados. Abrir o mercado de forma democrática e constante, tornando a inclusão social desejada, não pelas desigualdades, mas pela valorização diversidade local.

Tudo mudou, o turismo morreu, e vai renascer com uma força nunca vista e consolidar-se como a principal atividade econômica do Planeta, porque é a única que é feita para pessoas e por pessoas. Depois de tanta tecnologia, tantas revoluções e tantas tentativas, vimos que a última etapa da sofisticação é de fato a simplicidade.

Aos parceiros e amigos, desejo,        

Suce$$o sempre, 

Ornelas. 

#TURISMOinteligente  #maisNEGOCIOS #MUNICIPIOSinteligentes 

*Ornelas é um think tank da Essência Náutica do Brasil. Foi o coordenador voluntário do GTT NAUTICO SC (2011-2017). Fundador e Presidente da ANCORA (Ass. Nacional de Cooperação em Redes de Apoio à Economia do Brasil do Brasil) também desenvolveu o Pólo Náutico de Tijucas por meio do conceito SMART SEA criado por sua empresa, a OSN CONSULTORIA. É sócios em marinas no Brasil e fundou o Complexo Náutico TMC.  

Fonte: 
OSN Consultoria, Florianópolis, SC, Brasil. 
https://www.osnconsultoria.com.br/serviços 

ANCORA da Economia do Mar, Itapema, SC, Brasil              
https://www.economiadomar.com.br/smart-sea

Imagens: 
Valor das pessoas, imagem do site https://ecommerceinsiders.com/13-tactics-improve-customer-lifetime-week-3701/
Valor digital, imagem do site https://researchleap.com/modern-marketing-communication-tourism/
Valor da experiencia marca da Instituto Marca Brasil e SEBRAE RJ

Referências Consultadas:

MARINETTI, Filippo Tommaso, Declaration of Futurism, published in Poesia, Volume 5, Number 6, April 1909 (Futurist manifesto translated to English). Blue Mountain Project.

PwC, Global Entertainment and Media Outlook 2016 – 2020.
European Parliamentary Research Service, Global Trendometer: Essays on medium- and long-term global trends, 2016.

European Strategy and Policy Analysis System, Shaping the Future, 2016.

OECD, Tourism Trends and Policies 2016.

Airbus, Global Market Forecast 2016-2035.

Harvard Business Review, Labels like “Millennial” and “Boomer“ Are Obsolete, Nov 2016.

SKIFT, The Megatrends Defining Travel in 2016.

SKIFT, The Traveler Manifesto – What Super Travelers Want From the Travel Industry, 2016.


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