Monday 15 August 2022

COPENHAGUE: A CIDADE MAIS HABITÁVEL DO MUNDO

               

Por Álvaro Ornelas

Embora tradicionalmente o espaço público seja concebido como um bem público, no caso de Copenhague uma série de modelos de desenvolvimento público-privado para espaços públicos foram realizados em termos de organização de projetos, financiamento e propriedade.

A maioria dos espaços públicos de destaque da cidade foram iniciados pelo município como projetos públicos, mas foram desenvolvidos em conjunto com fundações privadas que desempenharam um papel decisivo na programação e design desses espaços.

A Lokale og Anlægsfonden, por exemplo, que foi criada por organizações desportivas dinamarquesas, tem estado na vanguarda no fornecimento de espaços recreativos para atividades, fitness e jogos. Nesses locais, maior atenção tem sido dada ao “estabelecimento do lugar” por meio do desenvolvimento de espaços públicos que promovam uma melhor experiência em espaços públicos.

Em Copenhague, o progresso em direção a melhores espaços públicos é demonstrado pelo aumento tanto das instalações quanto do uso dos espaços públicos.

As licenças ambientais para gerar praças e espaços públicos aumentaram mais de 100% nos bairros interiores e centrais e o número de eventos aumentou entre 34 e 80%, dependendo do distrito. Isso representou uma melhoria significativa na qualidade geral da vida urbana com espaços públicos atrativos, maiores e melhores possibilidades para atividades de lazer, bem como mobiliário urbano ao ar livre em toda a cidade aumentando o número de pessoas que utilizam os espaços públicos.

A cidade tenta alcançar um equilíbrio entre espaços públicos para toda a população e espaços para usos mais específicos, bem como a necessidade de incluir grupos marginalizados no programa do espaço público. A abordagem reconhece deliberadamente a multifuncionalidade do espaço e que o encontro com “o outro” é uma qualidade em si. Por isso, a cidade promove espaços públicos que não só atraem a população em geral, mas também destinam espaço para usos mais específicos.

Instituições com condições de financiamento como Lokale og Anlægsfonden apoiam o projeto de espaços públicos que promovem uma vida diária mais ativa por meio de instalações para futebol, jogos, fitness, basquete, patinação, parkour e outras atividades. Em contrapartida, há casos de grupos de cidadãos organizados que foram autorizados a adotar trechos de espaços públicos, como jardins urbanos semiprivados, com acesso exclusivo para atividades adultas, como bares.

Outra característica importante de Copenhague é o esforço para envolver os cidadãos na criação de novos espaços públicos. As iniciativas de renovação buscam desenvolver planos e estratégias de bairro que promovam o diálogo com moradores e associações de moradores.

No porto, por exemplo, foram implementados projetos temporários como forma de testar e promover novas ideias para espaços públicos e uma ferramenta para incluir os moradores na sua concepção e criação, fomentando o empoderamento local e novos modelos de colaboração.

A ambição política da estratégia comunitária de Copenhague visa promover um maior compromisso local e processos democráticos, mas também alcançar uma maior responsabilidade cidadã nos espaços públicos.

Embora não esteja explicitamente declarado na estratégia, há um objetivo de reduzir o custo de manutenção atraindo mais atenção dos cidadãos.

O foco do espaço público em Copenhague resultou na compreensão da importância das pessoas como eixo central da cidade, fazendo com que o desenvolvimento do espaço público seja parte da solução de problemas ao invés de representar um luxo a ser abandonado pelas finanças públicas, mesmo em tempos de crise.

Além disso, isso também foi alcançado porque o governo local não é o único provedor direto de espaço público e a existência de uma estrutura colaborativa maior, onde os atores locais se reúnem para financiar e facilitar programas de espaço público para atingir objetivos comuns.

Quem sabe não é isto que falta as nossa cidades Brasileiras, tão feias, e tão dependentes do poder público que inclusive nem mesmo qualquer ação voluntária ou doações não podem acontecer sem o “olhar supervisor” do poder público.  Comunidades mais participativas devem ser INCENTIVADAS e nunca represadas de iniciativas em prol da melhor qualidade de vida.

O ideal é começar, por exemplo, varrendo a calçada de sua casa e promovendo melhorias no paisagismo urbano ao redor.

As cidades “das pessoas” começa com a integração de ideias.


Suce$$o! 

💪🏻🎯

 

*Álvaro Ornelas é consultor especializado em aceleração territorial, atua no mercado imobiliário e turístico do Brasil. É diretor do Grupo Salomão. Um dos thinktank da Essência Náutica do Brasil, Fundador e Presidente da ANCORA (Ag Nacional de Cooperação em Redes de Apoio à Economia do Brasil do Brasil) também com experiência no desenvolvimento do cluster de produção náutica em Santa Catarina e de regiões turísticas em todo no Mato Grosso e Brasil. Idealizador do conceito SMART SEA criado por sua empresa de consultoria. É também sócio em marinas no Brasil e em condomínios inteligentes.

 

Referências bibliográficas consultadas:

Banco Interamericano de Desenvolvimento, 2019

Visit Compenhagem, 2022.

 

Imagens\Fotos:

Fundação Lokale og Anlægsfonden   | www.loa-fonden.dk /

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