Por Álvaro Ornelas
Embora tradicionalmente o espaço público seja concebido como um bem público, no caso de Copenhague uma série de modelos de desenvolvimento público-privado para espaços públicos foram realizados em termos de organização de projetos, financiamento e propriedade.
A maioria dos espaços públicos de
destaque da cidade foram iniciados pelo município como projetos públicos, mas
foram desenvolvidos em conjunto com fundações privadas que desempenharam um
papel decisivo na programação e design desses espaços.
A Lokale og Anlægsfonden, por
exemplo, que foi criada por organizações desportivas dinamarquesas, tem estado
na vanguarda no fornecimento de espaços recreativos para atividades, fitness e
jogos. Nesses locais, maior atenção tem sido dada ao “estabelecimento do lugar”
por meio do desenvolvimento de espaços públicos que promovam uma melhor
experiência em espaços públicos.
Em Copenhague, o progresso em
direção a melhores espaços públicos é demonstrado pelo aumento tanto das
instalações quanto do uso dos espaços públicos.
As licenças ambientais para gerar
praças e espaços públicos aumentaram mais de 100% nos bairros interiores e
centrais e o número de eventos aumentou entre 34 e 80%, dependendo do distrito.
Isso representou uma melhoria significativa na qualidade geral da vida urbana
com espaços públicos atrativos, maiores e melhores possibilidades para
atividades de lazer, bem como mobiliário urbano ao ar livre em toda a cidade
aumentando o número de pessoas que utilizam os espaços públicos.
A cidade tenta alcançar um
equilíbrio entre espaços públicos para toda a população e espaços para usos
mais específicos, bem como a necessidade de incluir grupos marginalizados no
programa do espaço público. A abordagem reconhece deliberadamente a
multifuncionalidade do espaço e que o encontro com “o outro” é uma qualidade em
si. Por isso, a cidade promove espaços públicos que não só atraem a população
em geral, mas também destinam espaço para usos mais específicos.
Instituições com condições de financiamento
como Lokale og Anlægsfonden apoiam o projeto de espaços públicos que promovem
uma vida diária mais ativa por meio de instalações para futebol, jogos,
fitness, basquete, patinação, parkour e outras atividades. Em
contrapartida, há casos de grupos de cidadãos organizados que foram autorizados
a adotar trechos de espaços públicos, como jardins urbanos semiprivados, com
acesso exclusivo para atividades adultas, como bares.
Outra característica importante
de Copenhague é o esforço para envolver os cidadãos na criação de novos espaços
públicos. As iniciativas de renovação buscam desenvolver planos e estratégias
de bairro que promovam o diálogo com moradores e associações de moradores.
No porto, por exemplo, foram
implementados projetos temporários como forma de testar e promover novas ideias
para espaços públicos e uma ferramenta para incluir os moradores na sua
concepção e criação, fomentando o empoderamento local e novos modelos de
colaboração.
A ambição política da estratégia
comunitária de Copenhague visa promover um maior compromisso local e processos
democráticos, mas também alcançar uma maior responsabilidade cidadã nos espaços
públicos.
Embora não esteja explicitamente
declarado na estratégia, há um objetivo de reduzir o custo de manutenção
atraindo mais atenção dos cidadãos.
O foco do espaço público em
Copenhague resultou na compreensão da importância das pessoas como eixo central
da cidade, fazendo com que o desenvolvimento do espaço público seja parte da
solução de problemas ao invés de representar um luxo a ser abandonado pelas
finanças públicas, mesmo em tempos de crise.
Além disso, isso também foi
alcançado porque o governo local não é o único provedor direto de espaço
público e a existência de uma estrutura colaborativa maior, onde os atores
locais se reúnem para financiar e facilitar programas de espaço público para
atingir objetivos comuns.
Quem sabe não é isto que falta as
nossa cidades Brasileiras, tão feias, e tão dependentes do poder público que
inclusive nem mesmo qualquer ação voluntária ou doações não podem acontecer sem
o “olhar supervisor” do poder público. Comunidades
mais participativas devem ser INCENTIVADAS e nunca represadas de iniciativas em
prol da melhor qualidade de vida.
O ideal é começar, por exemplo,
varrendo a calçada de sua casa e promovendo melhorias no paisagismo urbano ao
redor.
As cidades “das pessoas” começa
com a integração de ideias.
Suce$$o!
💪🏻🎯
*Álvaro Ornelas é consultor especializado
em aceleração territorial, atua no mercado imobiliário e turístico do Brasil. É
diretor do Grupo Salomão. Um dos thinktank da Essência Náutica
do Brasil, Fundador e Presidente da ANCORA (Ag Nacional de Cooperação em Redes
de Apoio à Economia do Brasil do Brasil) também com experiência no
desenvolvimento do cluster de produção náutica em Santa
Catarina e de regiões turísticas em todo no Mato Grosso e Brasil. Idealizador
do conceito SMART SEA criado por
sua empresa de consultoria. É também sócio em marinas no Brasil e em
condomínios inteligentes.
Referências bibliográficas
consultadas:
Banco Interamericano de Desenvolvimento, 2019
Visit Compenhagem, 2022.
Imagens\Fotos:
Fundação Lokale og Anlægsfonden | www.loa-fonden.dk
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