A COMUNIDADE DE UM DESTINO TURÍSTICO TORNA SE UMA LEGIÃO DE COLABORADORES: UM DTI DEVE BUSCAR MAIS LUCROS COM O TURISMO EM SUAS COMUNIDADES ANFITRIÃS.
Como
residente em um destino turístico, você estaria certo em perguntar como a
visitação o afeta. As multidões de turistas estão tornando sua comunidade um
lugar melhor ou suas viagens beneficiam apenas os resultados da indústria ou o
PIB do país?
À medida que o turismo cresce
irregularmente em destinos turístico pelo Brasil, e às vezes em um grau
alarmante (pense nas multidões crescentes na vielas da Vila de Jeriquaquara
(CE), engarrafamentos em Gramado (RS) ou lotação completa na Praia de Canasvieiras
(SC), as Secretárias de Turismo, Conselhos de Turismo e as entidades do Turismo
como ABAV, ABIH, ABRASEL etc, devem pensar no modo de promoção e marketing de seu
município e região para torná-lo um DESTINO TURÍSTICO INTELIGENTE (DTI), o que
acontece quando o marketing e a promoção começa a ser mais inteligente ao iniciar
um gerenciamento do crescimento saudável à longo prazo.
Não necessitamos ir longe, cada um de nós que trabalha com o turismo no Brasil de forma direta ou indireta tem algum fator que chama a atenção com relação a problemas sistêmicos na “indústria do turismo”. Há uma demanda por um planejamento mais inteligente, olhando com atenção para aqueles destinos turísticos que aprendem com o passado para moldar um futuro de turismo mais saudável, sustentável e inteligente. O marketing das organizações e dos municípios são as principais ferramentas para a “escolha do cliente”, sim, um destino inteligente faz a sua estratégia conforme o seu mercado alvo. Na prática trabalhei na reestruturação do posicionamento turístico de Bento Gonçalves (RS), o município era um sub-produto de Gramado (RS), ambos na Região Turística da Serra Gaúcha, graças aos esforços do Poder Público, iniciativa privada (empresário do turismo e da movelaria), do Conselho de Turismo e das entidades que representavam a sociedade civil organizada, hoje 13 anos depois, BENTO como é lembrada, é “Pura Inspiração”, seu “slogan” de promoção criado pelo trade turístico para atrair um cliente da vitivinicultura e gastronomia, desenhados em Experiências Turísticas (Tour da Experiência® Caminho dos Vinhedos). Hoje o seu sucesso no mercado, atraí e posiciona Bento Gonçalves como destinos “high-end”, ou seja, aqueles que atrai um ticket médios acima de R$ 350 por dia por turista. E isto o torna um case Brasileiro de Destino Turístico Inteligente.
A criação do Bento Film Comission*,
outro exemplo, de como unir a arte, a produção de cinema, agências de
publicidade e “de graça” promover o turismo. Mais inteligência aplicada ao turismo.
“A
indústria do turismo e os DTIs enfrentam uma escolha estratégica existencial - continuar
a promover mais seus destinos ou mudar completamente suas funções e suas
habilidades (competências) por meio de gerenciamento de destino turístico mais
inovador, eficiente e eficaz para garantir ao município que gere o máximo
benefício líquido do ticket-médio dos visitantes de determinado DTI. ” , Álvaro
Ornelas, 2011.
Quais fatores estão fazendo com
que os DTIs migrem para uma função de gerenciamento de destino?
Uma das tendências que estou
percebendo é o que alguns chamam de democratização de tudo. Enquanto
costumávamos contar com intermediários que centralizavam tudo para agir em nome
de um grupo de pessoas, mas agora a tecnologia permite que qualquer pessoa
(hoteleiros, operadores turísticos, organizadores de eventos etc.) possam atuar
como promotores e “marqueteiros de plantão, 24 h , nos 365 dias do ano. E eis o
desafio, planejar integrado o DTI.
Porém lembro que ainda existem
duas outras forças aparentemente opostas em ação. Primeiro, há uma concentração
de poder em um número menor de intermediários porque eles têm escala de venda.
Exemplos atual: TripAdvisor e o AirBnB.
E ao mesmo tempo que o “mercado
de visitantes” (mercado turístico) está se fragmentando em segmentos de nicho
cada vez mais diversos. Assim, um operador sensato começará a se concentrar em
nichos específicos que deseja atender e, tendo identificado esse nicho e
entendido suas características e canais exclusivos para o nicho de mercado,
dará maior ênfase ao uso direto de vários canais de mídia digital e social para
fazer isso. E o mesmo um DTIs deve fazer, identificar sua oferta turísticas, suas
condições (competitividade), entender a cadeia de conexão entre o DTI e os
nichos escolhidos. Exemplo de Bento
Gonçalves (RS): apreciadores do vinho, da gastronomia que dêem valor a
experiência a serem “consumidas” no DTIs.
Qual o impacto dessa
democratização para o DTIs?
Uma vez que os destinos turísticos
começam a deixar de fazer essa promoção centralizada para permitir que outros o
façam bem por si mesmos, o papel de um DTI muda completamente. Esta mudança exige
uma série de inovação na gestão e integração entre empresários, poder público e
sociedade civil organizada (CDLs, ACIs, ABAV, ABIH, ABRASEL etc.).
O DTI assume ser o provedor de informações
e o gestor do planejamento, e de forma BEM MAIS PROFISSIONAL alinhado com o stakeholders
internos e externos vai dando início ao posicionamento profissional de
marketing do DTI, construindo e sustentando o reconhecimento da marca, o
Secretário de Turismo torna-se um educador, um coach. O qual de apoia se
nos esforços privados (dos empresários locais) e faz a adequada gestão, com autonomia
de uma orçamento adequado para fazer
tudo do jeito que for planejado e conforme os eixos que tornarão o município em
um DTI.
Com base em meu extenso CV
profissional, SEI que os DTIs que estiverem genuinamente interessados em aumentar
o benefício líquido ($) para suas comunidades, eles poderão economizar dinheiro
e ser mais ações eficazes para construir um planejamento turístico e o plano de
inteligência de mercado adequado a toda sua comunidade anfitriã para explorar
oportunidades de nichos de mercado e garantir que sejam resilientes a choques
externos (sem há impactos, como H1N1 em 2009).
O atual modelo de DTI exige foco
em alguns mercados-alvo importantes, ignorar a crescente diversidade do mercado
pode gerar mais do mesmo, ou impactos negativos à comunidade anfitriã. O DTI deve colaborar para um maior “benefício
líquido” do turismo para os residentes dos
municípios.
Nos estudos sobre a implantação
de DTIs enfatizaram a necessidade de uma maior colaboração como uma tendência
importante com a qual estão lidando hoje. A colaboração não termina com os
operadores, mas também deve envolver os moradores.
Assim como aconteceu em Valência
na Espanha (região mais smart,). Lá, em conjunto com a OMT desenvolveu-se
a metodologia de um DTI, a qual o Ministério do Turismo do Brasil (2022) assumiu
como sua estratégia de aceleração de territórios.
Em acordo com os cases analisados, quatro pontos importantes deve servir como princípios para uma atuação eficiente e eficaz são:
> AUMENTO DA LUCRATIVIDADE - Há necessidade de crescimento honesto. Isso significa contar e, em seguida, minimizar os custos reais de atrair e atender uma população de visitantes para que os números de gastos brutos possam ser ajustados aos números de renda líquida.
No momento, todo mundo fala sobre chegadas, gastos e empregos, mas raramente sobre os custos incrementais associados ao processo de aceleração econômica por meio da escolha do nicho certo de visitantes e por consequência melhoria na qualidade de vida dos residentes.
> UNIÃO DOS ESFORÇOS LOCAIS - Acredito que os DTIs devem envolver toda a comunidade para determinar quanto do turismo eles acreditam que podem gerenciar – ou seja, quantos hóspedes podem ser recebidos e atendidos com sinceridade, orgulho, dignidade e paixão sem prejudicar a qualidade de um destino? Como a experiência turística está formatada.
> AUTO GESTÃO E DIVERSIDADE - Para garantir que o turismo beneficie a comunidade anfitriã, os DTIs devem aprender a gerenciar o turismo dentro do destino, e isso significa encontrar todas as maneiras de incentivar uma diversidade de estruturas de negócios (experiências “produzidas” por empresas sociais, cooperativas, fundos fundiários, ONGs, entidades do trade turístico) que empregam ou oferecem oportunidades empresariais para os moradores locais, a fim de espalhar benefícios por toda a comunidade.
> INTEGRAR A COMUNIDADE – Os DTIs devem aprender a aproveitar a energia de uma comunidade altamente distribuída e conectada em rede para gerar e difundir valor econômico por todo o lugar.
Em resumo:
“Significa
abrir mão do controle;
servir
sem dirigir, ouvir sem falar, arrecadar dinheiro e
distribuir
os benefícios do turismo.”
Os DTIs precisam mudar suas
mentalidades e se ver como parte de uma comunidade pulsante, viva e com
potencial real de atrair visitantes.
Garantir que os fluxos de
energia, renda, informação e conhecimento possam fluir desimpedidos para todos
os cantos de seu destino. Liderança consciente é liderança servidora.
O que precisamos agora são alguns
líderes conscientes dispostos a ver o turismo em seu município como um
sistema humano vivo, local e dinâmico em constante conversa com seu
ambiente e compreendendo uma série de agentes auto-organizados. Quanto mais
permitirmos que a informação e a responsabilidade (o poder de fazer as coisas)
circulem livremente dentro desse sistema, mais inteligente ele se tornará e
mais florescerá.
E aí sim teremos um DESTINOS TURÍSTICO
INTELIGENTE!
Sucesso!
Álvaro Ornelas*
#Estratégia #MarketingTURÍSTICO #PlanejamentoESTRATÉGICO #DTI #DestinoTurísticoInteligente #TurismoSustentável
#CriarComSabedoriaNossaNatureza
*Para Ornelas, viajar é sempre um
aprendizado. Como consultor em aceleração econômica de territórios no Brasil, investiga e escreve sobre planejamento turístico,
marketing de destinos e tem meta de vida conectar-se e inspirar agentes do
turismo no Brasil.
Quando ele não está observando as
tendências em aceleração econômica de territórios está promovendo negócios
imobiliários e a internacionalização de empresa por meio da empresas do GRUPO
SALOMÃO, o qual é sócio-fundador.
Referência bibliográficas:
Archer, David. DMOs Nowdays
Article.
BRASIL, Ministério do Turismo. Projeto 65 Destinos Indutores do Turismo Regional 2009-2013.
Mc Spadden, David. The Cases os WTO.
ORNELAS, Álvaro. SmartSea Orlas Inteligentes, 2010.
Imagens:
Ministério do Turismo do
Brasil.
OSN Consultoria
Flickers
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