Com
sete milhões de quilômetros quadrados, sendo cinco milhões e meio
de florestas, o bioma é fundamental para o equilíbrio ambiental e
climático do planeta e a conservação dos recursos hídricos. “O
Dia da Amazônia é um dia de celebração”, ressalta o consultor
em aceleração econômica de territórios, da Discover Brasil-OSN
Consultoria, Álvaro Ornelas. “Nós temos conhecimento sobre os
problemas e desafios do bioma, mas muito mais sobre as ferramentas
que precisamos para vencê-los e quais os resultados que devemos
atingir. Nosso trabalho tem se pautado na proposição de uma agenda
positiva para o desenvolvimento sustentável da Amazônia do Brasil”,
fala o consultor.
Apesar
de sua incalculável importância ambiental,– como o habitat de
inúmeras espécies animais, vegetais e arbóreas, e como fonte de
matérias-primas alimentares, florestais, medicinais e minerais a
Amazônia Brasileira tem sido constantemente ameaçada por inúmeras
atividades predatórias, entre elas a extração de madeira, a
mineração, as obras de infraestrutura e a conversão da floresta em
áreas para pasto e agricultura.
Segunda
a empresa de consultoria Discover Brasil-OSN Consultoria, os temas
atuais mais prioritários e urgentes, entre ameaças, desafios e
oportunidades, que afetam ou contribuem com a preservação da
Amazônia Brasileira e seus cidadão são:
1.
Manejo florestal e a valorização do uso das florestas
Atualmente,
mais de 95% da produção madeireira vem da exploração predatória.
De forma a reverter ou pelo menos minimizar os impactos causados pela
exploração de madeira e de outros produtos ou serviços, a ciência
desenvolveu um conjunto de técnicas capaz de usar a floresta com
baixíssimo impacto ambiental. A proposta do manejo florestal é a de
não afetar a capacidade de recuperação plena da floresta após a
exploração. Fonte: www.saberesdafloresta.gov.br
Sendo
assim, o setor madeireiro possui dois grandes desafios: incentivar o
consumo responsável do mercado e encontrar formas de estimular os
produtores a práticas sustentáveis. Foco na certificação de
origem da madeira, há leis de exploração sustentável da madeira
na Amazônia Brasileira, em Leis Federais.
2.
Unidades de conservação
Dentre
biomas brasileiros, a Amazônia é o que possui a maior extensão de
territórios protegidos. No total, 334 UC, entre Federais, estaduais
e algumas municipais, que representam mais de 1 milhão de km2 ou 26%
do total da área da Amazônia brasileira. Entre os tantos desafios
das UCs no país, como a sustentabilidade financeira das áreas e a
manutenção do sistema no atual contexto político e econômico,
destaca-se a recente luta no Congresso Nacional por propostas de
redução ou desafetação de Ucs.
3.
Geração de energia
Cerca
de 70% da energia elétrica gerada no Brasil vem de hidrelétricas. É
na Amazônia que estão planejadas grande parte dos projetos de
geração de eletricidade como Belo Monte, Jirau e Teles Pires.
Estimativas dos planos de expansão da geração de eletricidade para
2020, mostram que quase 60% da nova energia virá dessa fonte. Embora
renovável, a energia hidrelétrica gera grandes impactos
socioambientais na sua implantação, principalmente em biomas
ecologicamente sensíveis como a Amazônia que, além da
biodiversidade, abriga comunidades tradicionais que dependem
diretamente dos recursos naturais para garantir a sua sobrevivência.
O
redirecionamento de investimentos dos governos e das instituições
financeiras de no mínimo de US$ 40 bilhões para investimentos em
energias renováveis até 2017.
4. Grandes
empreendimentos
É
na expansão da fronteira minero-energética em direção à Amazônia
que estão os grandes empreendimentos que mais ameaçam a
biodiversidade e o próprio bioma. Se por um lado as barragens
comprometem a integridade dos ecossistemas aquáticos, alterando o
pulso natural dos rios, e da região amazônica (unidades de
conservação, terras indígenas e modos de vida), do outro, grandes
projetos de mineração e metalurgia, que requerem significativas
intervenções em logística viária, potencializam impactos da
cadeia minero-energética em detrimento do meio ambiente e das
comunidades locais.
5.
Desmatamento e degradação florestal
Embora
as taxas de desmatamento tenham caído na Amazônia nos últimos
anos, pouco se sabe sobre a dimensão da degradação florestal, que
provavelmente tem aumentado, como consequência do uso predatório
das florestas. Com o passar dos anos, o Brasil aperfeiçoou sua
tecnologia para o monitoramento do desmatamento. Hoje é possível
obter dados mensais, de organizações como o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), sobre o crescimento ou a redução do
desmatamento na Amazônia. Entretanto, as informações sobre a
degradação florestal ainda são pontuais e concentradas em alguns
locais em específico..
6. Pagamentos por
Serviços Ambientais (PSA)
Os
pagamentos por serviços ambientais (PSA) buscam prioritariamente
compensar financeiramente quem ajuda a conservar a natureza. Os
serviços ambientais contemplam os benefícios que as pessoas obtêm
da natureza, como por exemplo, a regulação do clima, a formação
dos solos, o controle contra erosão, o armazenamento de carbono, a
ciclagem de nutrientes e o provimento de recursos hídricos.
Atualmente, a proposta do PSA é o de tentar mostrar que a água, a
biodiversidade e o carbono estocado nas árvores têm valor para a
sociedade.
Desde 2007, tramita na Câmara dos Deputados
o Projeto
de Lei 792, que dispõe sobre os serviços ambientais no
Brasil. Apesar disso, já existem no país iniciativas de PSA como o
Produtores de água, a Bolsa Verde, o Sistema de Incentivo aos
Serviços Ambientais do Acre (Sisa), o ICMS Ecológico, entre outros
projetos realizados por organizações e empresas.
8.
Pecuária
A
pecuária bovina desempenha um papel estratégico na economia,
atingindo saldo significativo na balança comercial brasileira e
forte expressão no Produto Interno Bruto (PIB). Apesar dos
benefícios, a atividade está diretamente atrelada ao desmatamento.
Para se ter ideia, a área ocupada por pastagens é de cerca de 180
milhões de ha, onde cerca de 30% desta área se encontra abandonada,
degradada ou em algum estágio de degradação. A Amazônia é o
bioma em que a atividade da pecuária apresentou as maiores taxas de
crescimento nas duas últimas décadas. Entre os anos de 1974 e 2011,
o rebanho nacional aumentou 120 milhões de cabeças. Apenas o bioma
amazônico representou 46% do aumento do rebanho, localizado
predominantemente nos estados de Rondônia, Pará e norte do Mato
Grosso.
Além
disso, de acordo com a FAO, atualmente, cerca de 70% das áreas
desmatadas na floresta amazônica são ocupadas por pastagens.
Referencias Bibliogáficas:
WWF Brasil, 2017.
BRASIL, MTur, 2009 até 2011
BRASIL, MMA, 2023
MMA, website www.saberesdafloresta.gov.br