Monday 30 March 2020

Turismo e Inovação agora!


Inovar no turismo, após a “crise Corona”? Querer rever conceitos básicos.

O turismo e suas empresas ainda não compreenderam a real necessidade de teoria e técnicas mais avançadas para atender as NOVAS demanda do mercado turístico global. A chamada, “crise corona”, para o turismo naional, está dando uma oportunidade para rever estratégias, mercados e apostar na inovação imediata de processos e ações mais assertivas para resultados consistentes e imediatos no mercado. Abaixo trouxe, para lembrarmo-nos, dos conceitos 5 Ss e 8 Ss, amplamente usado pela indústria e pouco entendido no meio turístico esta ferramenta japonesa  de aceleração econômica, o oriente trás crises e nos transformamos em OPORTUNIDADES.



Toda empresa que se preze já ouviu falar e aplicar o Programa 5S e em muitas organizações a metodologia nipônica aplicada à realidade brasileira serviu mais para "por ordem na casa" do que melhorar a forma de agir das pessoas. Virou um termo da moda ao invés de servir para conscientizar os funcionários para uma nova mentalidade.

Levando-se em conta que uma empresa não é nada sem os colaboradores, as empresas passam a olhar para seu patrimônio como "humano", que tem como contribuir desde que seja estimulado para tal.

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Ferramenta mais abrangente         

O sócio-diretor do Instituto Brasileiro para a Competitividade (IBC), Lauro Volaco, informa que os 3S acrescentados ao programa original são mais abrangentes, complementam o Programa 5S e geram aumento da competitividade e melhoria da qualidade de vida.

Os 3S significam determinação/união, capacitação/educação/treinamento e economia/combate ao desperdício. "Com essa estrutura, o ambiente de trabalho fica mais saudável, seguro, produtivo, limpo, integrado, com equipe mais capacitada e menos desperdício de recursos.", descreve.

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Avançar degrau por degrau           

Mesmo não sendo um conceito novo, já que muitas empresas utilizam o 8S há mais de três anos, esse é o timing para transformar crise em oportunidade. "Você só cresce efetivamente em crises, pois é obrigado a sair de sua zona de conforto e encontrar soluções eficazes. Temos inúmeros exemplos de impérios industriais que viraram pó. Só vencem os que tiverem competência e velocidade de ação. É preciso capturar cada oportunidade de melhoria e implementá-la em todos os momentos por todos", aponta Volaco.

É por isso que o 8S pode ser um ponto forte nas organizações, porque não são soluções geniais de cientistas vencedores do Prêmio Nobel, mas pequenas melhorias diárias que podem ser efetuadas por todos.

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Solução embaixo do nariz  

Lembro de uma história que ilustra bem essa situação: numa fábrica, os consumidores constataram que o produto "x" não estava dentro da embalagem e, verificando-se na produção, constatou-se que na esteira não era possível identificar o produto com falha de preenchimento do seu conteúdo.       

Recorreu-se a um famoso consultor internacional que trouxe uma máquina que, pela equação sabe-se lá qual, conseguia eliminar a embalagem vazia que apresentava falha. Mas certa vez essa máquina pifou e a direção ficou enlouquecida.

Mas o problema não retornou. Indo até a produção, o diretor viu que o equipamento continuava estragado. Foi quando os funcionários disseram: "Chefe, encostamos aquela geringonça, colocamos esse ventilador aqui ó e, cada vez que a embalagem está leve, o vento acaba descartando o produto defeituoso".         

Viram? As soluções estão aí bem embaixo do nariz das chefias e, para implementar melhorias, basta dar voz a esse rico patrimônio humano que é seu funcionário.


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Comprometimento

Volaco, que é especialista em transferir essa e outras metodologias de gestão em fábricas no Brasil e Estados Unidos, aponta que tudo começa com o comprometimento da direção para a base.

Sem isso, não existe compromisso dos funcionários e, sem o engajamento deles, nada acontece. "Nos treinamentos, buscamos fazer com que os participantes tomem uma atitude e não fiquem numa situação de contemplação, pois as coisas só acontecem se houver conhecimento aplicado na busca de um objetivo comum", alerta.

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Conheça, leia, entenda e pratique os 8S no seu dia a dia pessoal
  • 1º Seiri:
Senso de Descarte, Organização Definição, separação e descarte dos itens desnecessários;
  • 2º Seiton:
Senso de Ordem, Arrumação Ordenação criteriosa dos itens necessários. Cada item no seu lugar pré-definido;
  • 3º Seiso:
Senso de Limpeza Higiene, limpeza, segurança e preservação do meio ambiente;
  • 4º Shitsuke:
Senso de Disciplina Autodisciplina para respeitar normas, regras e padrões pré-definidos;
  • 5º Setsuyaku:
Senso de Economia e combate aos desperdícios realizados por todos;
  • 6º Shikari Yaro:
Senso de Determinação, comprometimento e união de todos;
  • 7º Shido:
Senso de Educação, Treinamento e qualificação do profissional;
  •          8º Seiketsu:

             Senso de Saúde, Manutenção de ambientes agradáveis, onde todos sintam-se bem

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Conclusões

Tomando como base os resultados já obtidos com programas 5S, pode-se afirmar que, como o 8S incorpora ações de educação, treinamento, mudanças físicas e comportamentais, além de valorizar as pessoas através das sugestões, ele é uma ferramenta estratégica eficaz na economia de recursos e combate aos desperdícios, o que causa impactos positivos na qualidade e produtividade das empresas. 

Ele proporciona condições para aumento de faturamento, aumento do volume produzido e consequentemente contratação de novos funcionários.

Todos os oito Sensos são importantes, mas os de Determinação e União ou “Shikari Yaro”, o de Treinamento ou “Shido” e o de Autodisciplina ou “Shitsuke”, são a essência, pois só com a conscientização e participação da alta administração, a união de todos, a educação e treinamento, junto com a Autodisciplina coletiva é que o programa poderá ser bem sucedido.

Por se tratar de um método educativo, é de médio e longo prazo, não se podendo esperar resultados imediatamente após o seu início, especialmente por envolver a mudança de mentalidade e comportamento. Paciência e perseverança são fundamentais para o desenvolvimento constante do programa. Um dos aspectos importantes a ser considerado é que os custos decorrentes da implantação do programa, devem ser encarados e contabilizados como investimentos com alta taxa de retorno.

Para concluir podemos destacar os seguintes benefícios do programa 8S:
Bem estar das pessoas. 
>  Prevenção de acidentes. 
>  Incentivo à criatividade.
 Conservação de energia.
 Melhoria do moral das pessoas. 
 Prevenção quanto a paradas por quebras.
 Redução de estoques e peças sobressalentes. 
 Higienização mental da companhia. 
> Redução de custos, de forma geral.  
> Melhoria da qualidade de produtos e serviços. 
Aumento da produtividade da empresa. 
> Preparo da empresa para a filosofia da qualidade total (GQT).

A base para a inovação está na organização, a ordem é a primeira lei do universo e ao  mesmo tempo serve como vetor de comunicação por meio do exemplo. Assim para inovar é necessário entender os 8 sensos de forma ampla irrestrita.

Suce$$o à todos amigos e parceiros,

Ornelas.

Adaptado do artigo publicado no Jornal Bem Paraná, no caderno de Carreira & Cia.
13/07/09 às 20:53 | Ana Paula de Carvalho - anapaula@stampanews.com.br


Referências Bibliográficas:

ABRANTES, José. Programa 8S: Ferramenta para a economia e combate aos desperdícios na indústria. Dissertação de Mestrado (M. S.c.). CEFET/RJ, Rio de Janeiro, Brasil, 1997.

DEMING, W. Edwards. Qualidade: A Revolução da Administração: tradução por Clave Comunicações e Recursos Humanos. Rio de Janeiro: Saraiva , 1990.

FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho. Salvador: Casa da Qualidade, 1996.

HABU, Naoshi, KOIZUMI, Yoichi, OHMORI Yoshifumi. Implementação do 5S na Prática: Tradução da Central de Manutenção Ltda ( CEMAN ). Campinas SP: Icea, 1992

RIBEIRO, Haroldo. 5 S: A  Base     para a Qualidade Total. Salvador: Casa da qualidade, 1994.

TSUCHIYA, Seiji. Quality Maintenance; Zero defects Through Equipment Management. Portland, Oregon, USA: Advanced Digital Imaging, Inc, 1992.

UMEDA, Masao. TQC e Administração de Recursos Humanos no Japão. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1996.

YOSHIMOTO, Tsikara. Qualidade, Produtividade e Cultura; O Que podemos aprender com os japoneses. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1992.

Fontes Consultadas:

ABRANTES, José. Programa 8S: Ferramenta para a economia e combate aos desperdícios na indústria. Dissertação de Mestrado (M. S.c.). CEFET/RJ, Rio de Janeiro, Brasil, 1997.

ABRANTES, José. Programa 8S. Da alta administração á linha de produção: o que fazer para aumentar o lucro. Uma base para a filosofia seis sigma. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.

MARTINS, Petrônio G. LAUGENI, Fernado P. Administração da Produção. São Paulo: Saraiva, 5ª ed., 2005.



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